Além de seus limites

A Humana Brasil faz seu trabalho palavra a palavra, ação por ação, dia a dia e ombro a ombro, junto com as pessoas mais necessitadas. É assim que criamos o desenvolvimento.
Gostaríamos de compartilhar com vocês, histórias de 3 mulheres corajosas que ajudam a contar a nossa trajetória.

Maria Beatriz – Líder do “Grupo de Mulheres Guerreiras de Quijingue Velho”, secretária da “Rede de Mulheres Produtoras de Quijingue” e presidente de Central de Associações.

‘’Em 2014, a Humana fez um mutirão na associação da comunidade e tivemos a ideia de formar um grupo para vender nossa produção. Assim formamos um grupo de 4 pessoas, agora estamos em 6. Mais tarde, iniciamos para outras comunidades com intercâmbio, trocando experiências, aprendendo e fazendo artesanato, doces e salgados, e foi assim que nós começamos.

Estamos sempre acompanhados pela Humana. Vamos para lá pesquisar receitas e marcar com todos os grupos da rede.. fazendo oficinas, aprendendo e depois colocamos em pratica no grupo.

Queríamos realizar um sonho, já que estamos guardando dinheiro há mais de um ano e meio no caixa do grupo e não mais dividindo no grupo. Era para investimento e com a proposta aprovada, foi alegria para o grupo, e assim poderíamos iniciar a construção. Agora falta pouca coisa para finalizar.

Vendemos nossos produtos na feira livre na segunda-feira e somos fornecedores para PNAE. Conseguimos o espaço na Feira Livre a partir de nossa união da rede… Fomos para o Poder Público e com muita luta conseguimos nosso espaço de Feira Livre de graça.

Com PNAE trabalhamos 3 anos juntos com uma associação, a Associação do Mel de Quijingue. Há 2 anos chegou a demanda para formarmos uma cooperativa para poder continuar vendendo os produtos da rede para o PNAE. Criamos e hoje sou diretora financeira de cooperativa e nosso grupo fornece também através dela.

Eu e minhas colegas ficamos felizes. Mudou totalmente a nossa realidade. Antes não tínhamos o que fazer, estávamos presas em casa, hoje não. No grupo não só trabalhamos, não só pensamos em dinheiro, mas nos divertimos, aprendemos e mudamos nossa autoestima… Mudou tudo. Hoje a vida é totalmente diferente de uns anos atrás.

Nós somos conhecidas como mulheres guerreiras na comunidade e comunidades de vizinhas. Os lugares onde passamos o pessoal diz: “Olha as mulheres guerreiras aí”. Já mudou. Uma mulher guerreira é uma mulher que luta no Sertão. Quem mora Sertão sabe que sempre vem as dificuldades e que temos de enfrentar e quebrar as barreiras. A união e eprendizagem é muito importante, aprendendo cada dia mais.”

Maria Luiza – Povoado Ribeiro de Dendê e faz parte de grupo “Arte de Dendê”.

“Já tinhamos um grupo criado, e personalizamos o nosso grupo a partir da chegada do projeto da Humana. Somos um grupo de 16 mulheres, todas da comunidade mesmo. No início nos reuníamos pouco, só quando tínhamos encomendas. Agora, com o projeto, nos reunimos mais e fazemos artesanatos, licores, azeites, farinha, beijus e geleias. Então não é só artesanato que fazemos. Não paramos. Quando temos alguma ideia, vamos atrás e colocamos logo em prática.

Segurança alimentar é um tema muito importante para nós. Muitas pessoas não tem conhecimento, e usamos [sic] muita coisa industrializada com produtos químicos. Temos nosso quintal produtivo, cuidamos, colhemos e usamos em nossas casas também para alimentação do dia-a-dia.

Aumentamos o conhecimento e podemos ensinar futuramente também. Não queremos ficar com a atividade de ‘maré’, temos de pensar no futuro e aprender a andar com nossas próprias pernas.
A renda está melhorando muito e temos uma encomenda nova para Salvador… pouco a pouco estamos divulgando nosso trabalho.”

Maria Gloria Silva de Souza – Comunidade de Sobara, do município de Quijingue.

‘’Faço parte de um grupo produtivo da minha comunidade. Nosso foco maior é produzir broas e sequilhos, que é fornecido para o PNAE. Quando temos eventos maiores, sempre fazemos uma coisa a mais como doces, salgados e artesanatos.

Nosso grupo já existe há mais de 3 anos, formamos em 2014. Logo em seguida formamos a rede, que é formado por 12 grupos produtivos de várias comunidades. A maioria dos grupos fazem o mesmo que nós. Há 4 grupos que exclusivamente só trabalham com polpa de frutas. E tem outros 2 que além da polpa de fruta, fazem broas, sequilhos e artesanatos também.

A rede é um grande incentivo para as mulheres e para os grupos. Temos altos e baixos, como a vida de todo mundo tem. Os grupos foram uma virada na vida de todas as mulheres. A maioria das mulheres tem o costume de ficar em casa, cuidando da casa e filhos e depois desses trabalhos com o grupo e a rede, nós temos um ponto de vista diferente, pelo menos é o que sinto e penso, e creio que a maioria das companheiras pensam assim também. Conhecemos pessoas diferentes, costumes diferentes, e participamos bastante em intercâmbios. Já fomos também para entrevistas em alguns lugares. Já fomos nos apresentar em Cachoeira, numa faculdade e universidade regional.

É uma experiência nova e a Humana sempre nos apoiando em tudo.

A renda não é muita, a quantidade é pouca ainda, mas tem uma diferença na vida de cada uma. É pouquinha, mas já faz uma diferencia. Pelo menos podemos dizer assim: “Isso conquistei com meu trabalho”.

Eu me acho muito capaz para poder aumentar a renda em casa, não só depender do marido. Algumas mulheres já tem a sua independência, que não tem um companheiro. Tem as mães solteiras que podem sobreviver de seu trabalho, acho isso muito digno.”